Mario Varela Gomes


Resumen

As cerca de 20.000 gravuras que se calcula constituirem a arte rupestre do Vale do Tejo, descoberta em 1971, mostram evolução cronoestilística, correspondendo a longo ciclo artístico iniciado nos começos do Paleolítico Superior e que alcança os tempos proto-históricos. Ali identificou o autor, a partir do estudo das sobreposições, das associações, das diferenças técnicas e de pátinas, como dos comportamentos de antropomorfos e de zoomorfos, ou da representação de artefactos, sete grandes períodos artísticos, que reflectem importantes alterações económicas, sociais, ideológico-culturais e cognitivas. Aqueles três primeiros períodos correspondem a sociedades de caçadores-recolectores do Paleolítico Superior (estilo arcaico), do Epipaleolítico (estilo subnaturalista) e do Epipaleolítico na transição para o Neolítico (estilo estilizado-estático). Foi, ainda, possível determinar duas fases, a antiga e a evolucionada, para o estilo subnaturalista e duas outras fases, a inicial e a plena, para o estilo estilizado- estático, reflectindo, a evolução cognitiva das sociedades responsáveis por, certamente, complexas actividades de carácter sócioreligioso e de que as gravuras são os únicos testemunhos chegados até nós. Tais documentos são constituídos por imagens, gravadas principalmente através de picotagem e com grandes dimensões, de cervídeos, caprinos, de um auroque e de um equídeo, não se tendo detectado representações antropomórficas ou ideogramas. Os animais surgem isolados e, no período mais tardio, associados aos pares ou em bando, reconhecendo-se evolução onde se observa tendencia tanto para a diminuição das dimensões, como para a sintetização morfológica.


Palabras clave

Arte rupestre, estilo arcaico, estilo subnaturalista, estilo estilizado- estático.